Parou então ao seu lado um carro; e dentro uma moça, que ele reconheceu, era ela! aquela velha namorada que ele tinha se afastado, que ele por muito tempo carregou como jóia rara. Estava bonita, cabelos compridos, sacolas no colo, vidros fechados,e ao celular. aos berros! como ele se lembrava de outras situações. Perfeitamente.
Aquele sinal de trânsito durou 400 anos, e ele pode perceber, o anel da mão que segurava o celular, a cadeira de bebe que estava no banco traseiro do carro cinza dela.
E parou pra pensar onde foi exatamente que largou, naquele dia mesmo o leão que sempre cavalgou...
E viu que ainda tinha amor guardado, amor escondido, amor verdadeiro por aquela mulher do carro ao lado.
pensou em buzinar, em falar, mas falar o que? seis ou sete anos depois, o que tinha sobrado, além de um amor empoeirado ?
Tudo havia se apagado, e suas vidas, separadamente, foram misturadas a outras vidas, e novas foram geradas, segundo aquela cadeirinha de bebe gritava.
Agora era um motorista infeliz, e já não se lembrava o por que que tinham se afastado, nem se lembrava das conversas mais íntimas, das brincadeiras e nada. Nada.
Mas acabou de se lembrar o por que nunca mais se fez completo em sua vida...
E o sinal Abriu.
E a vida voltou a andar.
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