domingo, 10 de abril de 2011

Obelisco

Era um dia comum, ele estava dentro do seu carro, com o som ligado, baixinho... e viajando bem longe, pensando no trabalho, no dia de amanhã, em pegar sua namorada no salão as 20:00 horas, e suando no calor de Campo grande.
Parou então ao seu lado um carro; e dentro uma moça, que ele reconheceu, era ela! aquela velha namorada que ele tinha  se afastado, que ele por muito tempo carregou como jóia rara. Estava bonita, cabelos compridos, sacolas no colo, vidros fechados,e ao celular. aos berros!  como ele se lembrava de outras situações. Perfeitamente.
Aquele sinal de trânsito durou 400 anos, e ele pode perceber, o anel da mão que segurava o celular, a cadeira de bebe que estava no banco traseiro do carro cinza dela. 
E parou pra pensar onde foi exatamente que largou, naquele dia mesmo o leão que sempre cavalgou...
E viu que ainda tinha amor guardado, amor escondido, amor verdadeiro por aquela mulher do carro ao lado.
pensou em buzinar, em falar, mas falar o que?  seis ou sete anos depois, o que tinha sobrado, além de um amor empoeirado ? 
Tudo havia se apagado, e suas vidas, separadamente, foram misturadas a outras vidas, e novas foram geradas, segundo aquela cadeirinha de bebe gritava.

Agora era um  motorista infeliz, e já não se lembrava o por que que tinham se afastado, nem se lembrava das conversas mais íntimas, das brincadeiras e nada. Nada.
 Mas acabou de se lembrar o por que nunca mais se fez completo em sua vida...
E o sinal Abriu.
E a vida voltou a andar.

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