sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Próximo a Ruanda...

Chovia.

Chovia muito, caminhávamos em meio a floresta, estávamos todos cansados, e economizando o alimento que já deveria ter sido posto pela equipe aérea de logística amiga.

Fazia frio, e eu estava "na hora"  fazendo a segurança da equipe que tentava descansar depois de alguns Km´s em deslocamento de segurança a um nível crítico, havia várias patrulhas em nosso encalço. Por um certo momento pensei " Ah se tivéssemos um UCAV fazendo nossa cobertura".
Ri, enquanto observava as nuvens em um intervalo de árvores, perdendo minha atenção ao som da floresta.É engraçado como qualquer coisa simples, torna-se luxo quando não temos nada. e eu estava com uma barra de cereal que parecia a melhor coisa do mundo, e coçando minha cabeça, enquanto deixava meu gorro de selva sobre a coxa, e no meu colo a unica presença feminina desses últimos 3 meses, a senhora M-4comando, que salvara minha vida, sem cansar por várias vezes,  ela e  suas particularidades.

Fazia grande sentido em não ter sentido estar ali. Era o que eu queria por um tempo. era o veneno que eu queria provar.

Faz se irmãos pela confiança, faz se amigos nas condições em que estávamos, e neles confiamos a vida, principalmente quando 3 dias atrás você vê um M-14 amigo, dar baixa em uma patrulha de 8 guerrilheiros  a algumas jardas de distância, e te livrar de um embate no meio da noite.

E assim a noite se fez serena e tranquila naquele 23 de Março, em meio a selva africana.

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